Avenida Arriaga


Vista a partir da torre da Sé (1943 ?)

A Avenida Arriaga liga a Rua do Aljube à Rotunda do Infante. Curiosamente, esta avenida (que aqui vemos em várias fotografias a preto e branco do Arquivo e Biblioteca da Madeira - Museu de Fotografia da Madeira - Atelier Vicentes) ostentou ao longo dos tempos muitos nomes até culminar com este último: Arriaga.

por: Paulo Camacho

O nome atual ficaria mais percetível se continuasse com a anterior designação: Dr. Manuel de Arriaga. Pelo menos saberíamos que era referente a alguém.

A avenida deve o seu nome a Manuel José de Arriaga Brum da Silveira. Nasceu a 8 de julho de 1840, na cidade da Horta, nos Açores. Faleceu em Lisboa a 5 de março de 1917.
Foi o 2.º Presidente da República Portuguesa, entre 1911 e 1915, embora tenha sido o 1.º eleito democraticamente.

A sua ligação à Madeira deve-se ao facto de ter sido eleito por quatro vezes deputado pelo círculo da Madeira, filiado no Partido Republicano.
Visitou a Madeira pela primeira vez a 8 de setembro de 1883. Deixou a ilha no dia 15, tendo a mais afetuosa e tocante despedida.
Depois da proclamação do regime republicano foi chamado a desempenhar as funções de Procurador da República. Foi eleito Presidente da República a 24 de agosto de 1911.

Vista da Avenida Arriaga, a partir do balcão do Golden Golden Gate (1967)

A 13 de maio de 1915 o Governo é demitido. Um novo executivo inicia funções a 17 do mesmo mês. 
Nessa onda, o Presidente é obrigado a resignar a 26 de maio de 1915, saindo do Palácio de Belém escoltado por forças da Guarda Republicana. 
Vista oeste / este na então Avenida Dr. Manuel de Arriaga (1926-34)

Quanto à Avenida Arriaga sempre teve muito movimento. Contudo, o encerramento de grande parte da zona sul para aumentar a área de passeio fez com que o tráfego de veículos passasse a ser menos intenso.
O atravessamento que permitia da cidade,  no sentido oeste-este, desapareceu. Hoje, a parte sul tem cerca de 100 metros, na zona que liga a Rotunda do Infante à Rua Conselheiro José Silvestre Ribeiro.
A Avenida Arriaga tem uma extensão de 417 metros.

Vista da Rotunda do Infante para o lado da Sé (1941 ?)

Na base da Avenida Arriaga está o Campo do Duque. Um vasto campo que,  segundo o padre Fernando A. Silva, se estendia entre as margens direita e a esquerda das ribeiras de Santa Luzia e de São João. Abrangia o Largo de S. Sebastião (a zona onde se encontra a Sé e o seu largo), a antiga Praça da Constituição, e até cerca do Convento de São Francisco (onde está hoje o Jardim Municipal).

A Avenida, vista a partir da Rotunda do Infante

Rui Santos, nas suas Crónicas de domingo no Jornal da Madeira, referia que foram dadas várias designações a partes deste campo, entre as quais Terreiro da Sé, Rua dos Frades, Rua do Mercado ou do Mercado de S. João, Praça da Constituição, Praça Real, Passeio Público, Praça da República, Rua Hermenegildo Capelo, Avenida Oeste, Avenida Dr. Manuel de Arriaga e, presentemente, Avenida Arriaga.

Tradutor

Ruas do Funchal

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O blogue Ruas do Funchal surgiu pelas interrogações que os nomes não me revelavam.

A dificuldade era grande para conhecer o que estava para além do retângulo preto e letras brancas.

Daí surgiu o desejo de conhecer o que esconde cada nome de rua, de avenida, de praça, de lugares da cidade capital da ilha da Madeira. Os espaços que interligam lugares.

Recolhi informação dispersa e produzi.

Continuam a existir realidades desconhecidas que se terão perdido no tempo. Obriga a uma busca persistente, procurando peças de um grande puzzle. Tudo para resultar em mais uma revelação em prol da cidade do Funchal. Cada post é o resultado de muita pesquisa em várias fontes.

As histórias que aqui pode ler e ver em Ruas do Funchal ainda são poucas em relação ao número de arruamentos existentes na cidade. Tenho material para avançar com mais posts, mas exige o tempo que não tenho.

Além da componente escrita, existem fotografias antigas com as quais quero fazer a ponte entre os anos e mostrar vivências dos lugares que hoje conhecemos.

As fotografias, sobretudo as antigas, transportam-nos para épocas que marcaram vivências de um povo que soube caminhar, pese embora, algumas vezes, destruindo história, não a deixando chegar às gerações seguintes.

Este blogue é um lugar único. Reúne a história dos nomes.

O projeto é contínuo, assente num rumo onde o caminho se faz passo a passo.

Paulo Camacho

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